Por Jean Silvestre
O dia dos(as) Nutricionistas já passou, mas não poderia deixar de postar algo importante e quem vêm sendo muito discutido no processo alimentação saudável: perda de gordura corporal e emagrecimento!!
Escuto muitas pessoas relatarem que, com o passar do tempo, quando fazem a adesão de um processo de reeducação alimentar, vão ficando cada vez mais com vontade de “atacar” a geladeira e tendo dificuldade na perda de gordura corporal, pois bem…A ciência tem uma ótimo explicação, não digo que é o único motivo, mas se enquadra entre os mais importantes para um nutricionista entender o processo de diminuição energética e a dificuldade em diminuir percentual de gordura.
As proteínas responsáveis pelo emagrecimento
Na medida em que você executa um planejamento alimentar com déficit energético e/ou aumenta o seu gasto energético com exercício físico você terá como resultado a diminuição de massa corporal – mais especificadamente diminuição de gordura corporal, o que chamamos de emagrecimento. Então você pensa, vou realizar os dois com acompanhamento e pronto, ficar “trincado(a)”. MAS nosso organismo é extremamente inteligente, e encontrou algumas maneiras de não deixar você perder toda a gordura corporal e, consequentemente, sobreviver em tempos remotos. Duas maneiras: chamam-se LEPTINA e GRELINA! Ambas são proteínas responsáveis pelo controle da sua ingesta alimentar!! A primeira, quando em níveis elevados, leva à redução de apetite e ao AUMENTO do seu gasto energético. Já a segunda, quando em níveis elevados, leva ao aumento de apetite e a DIMINUIÇÃO do seu gasto energético (1, 2).
Ai é que começa o problema… na medida em que você reduz a quantidade de tecido adiposo do seu corpo, seus níveis de leptina diminuem (para se ter uma ideia, com redução de 10% do peso, há uma redução de 53% de leptina), isso porque grande parte da leptina é produzida no próprio tecido adiposo!! Ou seja: Diminuição de tecido adiposo = diminuição de gasto energético e aumento do apetite constante.
Em um estudo publicado recentemente com indivíduos obesos, um grupo de pesquisadores ofereceu uma dieta hipocalórica (1400-1600 kcal/dia) em um período de 4 meses. Ao longo do estudo os autores perceberam uma grande dificuldade na perda de peso após 1 mês de dieta, consequentemente notaram uma diminuição significativa de leptina nesse primeiro mês(3). Nesta mesma linha de pensamento, outro estudo publicado na Nature demonstrou que a queda de leptina induzida por restrição calórica é o maior determinante de adaptações metabólicas, maior até que o próprio ritmo circadiano (4). Agora deu pra entender um dos motivos daquela vontade de “atacar” a geladeira?! Como lidar com isso? Procure um nutricionista capacitado para adequar seu planejamento e tenha uma vida saudável!!
Gosta de ler sobre emagrecimento? Então te convido a clicar aqui e experimentar ouvir esse podcast. Uma fantástica entrevista sobre o emagrecimento sob o olhar da psicologia!
Referências
DAMIANI, D. & DAMIANI, D. Sinalização cerebral e apetite. Revista Brasileira de Clínica Médica, v. 9, n. 2, p. 138-45, 2011.
DRUCE, M.R.; WREN, A. M.; PARK, A. J.; MILTON, J. E.; PATTERSON, M.; FROST, G.Ghrelin increases food intake in obese as well as lean subjects. International Journal of Obesity, v. 29, n. 9, p. 1130-6, 2005.
GRECO, M.; CHIEFARI, E.; MONTALCINI, T.; ACCATTATO, F.; COSTANZO, F. S; PUJIA, A.; FOTI, D.; BRUNETTI, A.; GULLETTA, E. Early effects of a hypocaloric, mediterranean diet on laboratory parameters in obese individuals. Mediators of Inflammation, ID 750860 , 8 pág, 2014.
LECOULTRE, V.; RAVUSSIN, E.; REDMAN, L. M. The fall in leptin concentration is a major determinante of the metabolic adaptation induced by caloric restriction independently of the changes in leptin circadian rhythms. The Journal of clinical endocrinology & metabolism, v. 96, n. 9, p. 1512-6, 2011.